Busquei, no mundo maravilhoso do Google, uma receita para me ajudar com essa questão de mostrar ao líder que a hora da mudança é agora. Entre as 12,4 milhões de respostas que o mecanismo de busca me ofereceu, encontrei várias fórmulas no estilo 5, 7, 10 ou 12 passos para a implementação de novas tecnologias na sua empresa. Deu preguiça de ler, e vou relatar o meu próprio receituário para convencer o seu chefe a mudar.

 

Deixe-me contar que, antes de migrar para o RH, trabalhei 10 anos com TI. Talvez por isso tenha sempre incorporado muita tecnologia e análise de dados às minhas experiências de gestão nessa área. O uso da tecnologia simplifica processos, gera eficiências, expande e flexibiliza o alcance e a atuação do departamento, aproxima e amplia o conhecimento a respeito do quadro de pessoal da empresa. E, hoje, com a proliferação de RH Techs, os benefícios se multiplicam e estão ao alcance de pequenas e médias empresas também.

 

Surpresa! Ao contrário do que possa parecer, não sou um early adopter. Talvez sequer seja um bom usuário. Confesso ter dificuldades com o controle remoto da televisão, mas não preciso de muita argumentação para testar as novidades. Ah, Marcelo, mas pra você é mais fácil, você foi analista de sistemas. Mesmo com um pouco de desconfiança, muitos profissionais de RH me perguntam como convencer suas lideranças a adotar as novidades mais recentes. Vamos lá, então. Siga as hashtags!

 

Tendências como gig work, longevidade e trabalho remoto estão moldando um novo mundo do trabalho em que a relação de forças será mais equilibrada entre empresas e trabalhadores. Isso quer dizer que nós seremos mais exigentes antes de escolher para quem trabalharemos, ou seja, o employee experience e o employer branding serão cada vez mais importantes. #argumento1

 

O fato é que, da mesma maneira que podemos trabalhar de qualquer lugar, as empresas também poderão contratar profissionais em qualquer país. Uma empresa americana poderá contratar o jovem brasileiro recém-formado sem que ele precise sair de sua cidade natal para ser remunerado em moeda forte. A famosa guerra por talentos da década de 1990 voltou exponencializada. #argumento2

 

O trabalho remoto quebrou em milhares de pedacinhos o componente físico da Cultura Corporativa. O escritório e todos os seus símbolos como cores, móveis, decoração, salas, lounges, janelas, etc… se desintegraram ou se multiplicaram? Como manter o senso de pertencimento, senão com a utilização de ferramentas digitais? #argumento3

 

O novo mundo do trabalho exige personalização, cuidado, proximidade, agilidade e flexibilidade, que são os atributos das novas soluções digitais das RH Techs: gamificação, pulses, beneflex, jornada digital, assinatura eletrônica, bots, analytics e IA. O RH digital pode ser o hub de inovação de uma empresa que esteja começando a sua transformação digital, afinal, todos interagem com o RH no dia a dia. #argumento4

 

E nesse papel de protagonista, o RH experimentará a “can do atitude” dos empreendedores das startups. É uma turma para quem não existe tempo ruim. Estão sempre buscando novas soluções, adicionando funcionalidades, pivotando, buscando clientes. Que tal contagiar toda a sua empresa com esse tipo de energia? #argumento5

 

E se nada disso der certo para persuadir o seu chefe a fazer alguns testes com startups, mostre tudo o que a concorrência anda aprontando! O que não falta é exemplo! Mostre a ele que, enquanto você investe tempo tentando convencê-lo a não perder o trem da história, seus concorrentes estão se reinventando na velocidade da luz!

 

 

*Do mercado financeiro à gestão de pessoas, Marcelo Nóbrega é um executivo inquieto que gosta de fazer a diferença, tanto para o negócio, quanto para as pessoas. Liderou a área de RH de grandes multinacionais. É autor do livro "Você está contratado!", professor universitário, palestrante, coach, mentor, conselheiro e investidor anjo de HR Techs, âncora do programa Transformação Digital e cohost do Kenobycast e escreve para os blogs da Gestão RH e HSM Management. Entre outros reconhecimentos pela sua atuação, em 2018 foi eleito o RH mais influente da América Latina e Top Voice do LinkedIn.

 

 

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Foto de abertura: Alessandro Couto