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Pandemia

24/07/2020 - 12h24

Pesquisa aponta mudança na cultura de trabalho remoto no Brasil

Estudo da Citrix aborda produtividade em home office sob o ponto de vista do colaborador

 

Um levantamento encomendado pela Citrix, especializada em soluções de trabalho digital, mostrou que 86% dos profissionais em home office se percebem igualmente ou mais produtivos na comparação com o trabalho no escritório – 57% afirmaram estar mais produtivos e 29% mantiveram a produtividade. Realizada em maio, a pesquisa ouviu 500 trabalhadores de empresas de médio porte que estão trabalhando de casa por causa da Covid-19.

 

O resultado comprova uma acentuada mudança na cultura do home office no Brasil decorrente da pandemia, que desmistificou para o trabalhador a possibilidade de trabalhar fora do escritório e manter a produtividade.

 

PRODUTIVIDADE E ROTINA OTIMIZADAS

Em relação à rotina de trabalho, têm-se hoje uma nova versão do home office adicionado ao fator quarentena: 44% dos trabalhadores tiveram que usar o tempo com mais eficiência para concluir tarefas no horário de trabalho, estudar e cuidar dos filhos durante o dia (32%). E mesmo assim a produtividade se manteve alta sob o ponto de vista do trabalhador.

 

A pesquisa aponta que antes da Covid-19, os funcionários trabalhavam em casa em uma média de 3,74 dias por mês; 10% disseram que nunca tinham trabalhado em casa.

 

“Não sabemos quando e se haverá a volta ao escritório como existia antes. Nesse sentido, os profissionais precisam mais do que nunca ter a liberdade de trabalhar quando, onde e como querem, com acesso garantido, a fim de motivá-los e torná-los mais estimulados nesses tempos de incerteza e insegurança em relação ao futuro”, diz Luis Banhara, diretor geral da Citrix Brasil.

 

Quando perguntados sobre o impacto do novo coronavírus na estrutura do seu dia útil, 60% dos funcionários disseram que estão trabalhando com um horário mais flexível. Desse percentual, 52% afirmaram desfrutar da flexibilidade de entrar e sair do trabalho quando escolhem.

 

SEGURANÇA EM XEQUE

A pesquisa também aponta que 39% dos respondentes estão usando alguns aplicativos, software ou dispositivos para fins de trabalho que não foram oficialmente aprovados pela companhia ou que foram explicitamente banidos por sua equipe de TI ou liderança. Desse percentual, 61% estão usando aplicativos de mensagens instantâneas; 55%, aplicativos de videoconferência; 53% usam seus próprios dispositivos pessoais; e 52%, mídias sociais.

 

“A segurança atrelada ao trabalho remoto é uma responsabilidade, mas não precisa ser um desafio. É fundamental que as empresas adotem políticas de segurança eficazes remotamente para se precaverem de possíveis ameaças. Afinal, se o computador e a rede doméstica do trabalhador remoto estiverem desprotegidos, são as informações confidenciais da empresa que ficarão em situação de risco”, lembra Banhara.

 

Outro dado de destaque é que 69% dos entrevistados concordam que após a pandemia o escritório em casa rivalizará com o escritório em termos de capacidade e acessibilidade tecnológica. Para Banhara, o período de quarentena e de trabalho remoto chamou a atenção à importância de as empresas proverem ferramentas adequadas a seus colaboradores para que esses possam desempenhar um trabalho produtivo independentemente de onde estiverem, no escritório ou em casa.

 

MOTIVAÇÃO NA PANDEMIA

A Covid-10 tem imposto uma nova rotina dentro e fora das empresas. O ônus humanitário gera medo tanto aos líderes como aos funcionários devido à escala do surto e sua imprevisibilidade. E esse alto grau de incerteza vem acompanhado de desorientação, sensação de perda de controle e perturbação emocional. Para combater esses efeitos emocionais negativos, é importante às empresas gerarem o máximo de bem-estar possível. Nesse sentido, maior flexibilização do horário de trabalho e ter à disposição as ferramentas digitais necessárias para promover a produtividade podem ajudar bastante na motivação do funcionário.

 

Dentre os respondentes da pesquisa, 60% pensam que sua empresa terá uma cultura mais digital após a crise, seguidos por 48% que acreditam que sua empresa será mais unificada; 43% consideram que os níveis de confiança de líderes e gerentes com os funcionários serão maiores.

 

RH E TI DE MÃOS DADAS

Nesse sentido, a antiga discussão sobre a maior proximidade dos departamentos de RH e de TI ganha ainda mais força. Embora os dois departamentos tenham atividades e objetivos diferentes, com o avanço da satisfação do funcionário diretamente ligada à tecnologia, é preciso construir uma parceria entre as duas áreas.

 

Banhara diz que é preciso mudar a forma de pensar da TI, dar foco na experiência do colaborador e ir além da transformação digital, compreendendo melhor as necessidades e a transformação humana. Essa abordagem pode promover mudanças significativas nos negócios. As duas áreas têm como missão remover a frustração dos colaboradores e aumentar a sua produtividade.

 

Segundo o estudo, 48% dos trabalhadores no Brasil gostariam de ter um horário de trabalho mais flexível, adequado ao estilo de vida e às prioridades do lar, quando voltarem a trabalhar no escritório. Eles desejam: "trabalhar em casa com mais frequência" (47%); "um estilo de trabalho mais fluido entre o escritório e o trabalho doméstico" (47%); e "maior uso da tecnologia para reduzir a necessidade de contato físico e interações cara a cara" (50%).

 

Foto de abertura: Congerdesign/Pixabay