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17/05/2022 - 16h16

Brasil precisa qualificar 9,6 milhões de trabalhadores da indústria até 2025, diz CNI

Para Rafael Lucchesi, diretor geral do Senai, quem parar de estudar vai ficar para trás

 

 

Até 2025, o Brasil precisará qualificar 9,6 milhões de pessoas em ocupações industriais, sendo 2 milhões em formação inicial – para repor inativos e preencher novas vagas – e 7,6 milhões em formação continuada, para trabalhadores que devem se atualizar. Isso significa que, da necessidade de formação nos próximos quatro anos, 79% serão em aperfeiçoamento.

 

O mercado de trabalho passa por uma transformação, ocasionada principalmente pelo uso de novas tecnologias e mudanças na cadeia produtiva. Por isso, cada vez mais, o Brasil precisará investir em aperfeiçoamento e requalificação para que os profissionais estejam atualizados.

 

Essa é a principal conclusão do Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025, estudo realizado pelo Observatório Nacional da Indústria, da CNI, para identificar demandas futuras por mão de obra e orientar a formação profissional de base industrial no país.

 

Em quatro anos, devem ser criadas 497 mil novas vagas na indústria, saltando de 12,3 milhões para 12,8 milhões de empregos. Essas ocupações requerem conhecimentos tipicamente relacionados à produção industrial, mas estão presentes em outros setores da economia.

 

Em volume de vagas, ainda prevalecem as ocupações de nível de qualificação, que respondem por 74% do emprego industrial. Contudo, chama atenção o crescimento das ocupações de nível técnico e superior, que deve seguir como uma tendência. Isso ocorre por conta das mudanças organizacionais e tecnológicas, que fazem com que as empresas busquem profissionais de maior nível de formação, que saibam executar tarefas e resolver problemas mais complexos.

 

As áreas com maior demanda por formação são: Transversais, Metalmecânica, Construção, Logística e Transporte, e Alimentos e bebidas. As ocupações transversais são as que permitem ao profissional atuar em diferentes áreas, como técnico em Segurança do Trabalho, técnico de Apoio em Pesquisa e Desenvolvimento e profissionais da Metrologia, por exemplo.

 

 

 

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Rafael Lucchesi, diretor-geral do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem), principal formador de mão de obra para a indústria no país, reconhece que a recuperação do mercado formal de trabalho será lenta em razão da retomada gradual das atividades econômicas no pós-pandemia. Para melhorar o nível e a qualidade do emprego e contribuir para o progresso tecnológico e aumento da produtividade nas empresas, será indispensável priorizar o aperfeiçoamento de quem está empregado e de quem busca novas oportunidades.

 

"Estamos diante de um cenário de baixo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), reformas estruturais paradas, como a tributária, eleições e altos índices de desemprego e informalidade. Nesse contexto, o Mapa surge para que possamos entender as transformações do mercado de trabalho e incentivar as pessoas a buscarem qualificação onde haverá emprego. E essa qualificação será recorrente ao longo da trajetória profissional. Quem parar de estudar, vai ficar para trás", avalia.

 

Foto: Freepik/Senivpetro