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02/08/2021 - 15h51

90% dos profissionais aceitariam salário menor para voltar ao mercado de trabalho

Pesquisa da Luandre também mostra disposição, embora menor, para aceitar cargo inferior

 

Um estudo sobre recolocação profissional na pandemia, realizado pela consultoria de RH Luandre, mostra que 90% dos candidatos entrevistados aceitariam uma oportunidade de trabalho com salário inferior ao pretendido.

 

Realizada em julho deste ano, com profissionais de 18 a 60 anos, a pesquisa reuniu uma amostra de 935 profissionais desempregados, sendo 52% deles com ensino médio e 30% com ensino superior.

 

Mesmo entre aqueles que estão no máximo há três meses desempregados, a maioria aceitaria uma redução salarial. Além disso, 85% relataram que também cogitariam trabalhar em cargo inferior, índice que pouco varia de acordo com idade e formação. No caso daqueles que não aceitariam a redução de cargo, 68% considerariam flexibilizar o salário.

 

“Percebemos que as pessoas estão mais dispostas a reduzir o salário do que o cargo, pois isso permite uma recuperação menos drástica. Mantendo o cargo é mais fácil para o profissional buscar novas oportunidades que ofereçam maiores salários”, diz Francine Silva, superintendente de seleção da Luandre.

 

Ainda sobre a questão do cargo, Francine ressalta que reduções muito drásticas, como passar de gerente para assistente, pode aumentar a dificuldade na recolocação, até mesmo por uma resistência das próprias empresas. “Mesmo com a necessidade e a urgência de recolocação, é importante que os profissionais planejem essa redução, principalmente de cargo. As empresas costumam recusar esses candidatos, pois sabem que eles deixarão a empresa na próxima oportunidade. Por isso, o ideal é que seja para um nível abaixo apenas, como ir de analista para assistente, gerente para coordenação/supervisão, para que a retomada da carreira não seja tão difícil e as empresas confiem que o profissional se dedicará efetivamente”.

 

A pesquisa também observou que três quartos (76%) dos entrevistados consideram a mudança de carreira como alternativa para driblar a situação do desemprego e apenas 15% permanecem resistentes em manter a área de atuação.

 

Para Fernando Medina, CEO da Luandre, o movimento apontado na pesquisa é consequência do alto desemprego: “São muitas pessoas concorrendo para uma mesma vaga, o que faz com que seja mais difícil e demorado se recolocar. Diante disso, as pessoas acabam aceitando vagas com salários e cargos mais baixos do que tinham anteriormente. Isso gera ainda mais dificuldade para quem quer vagas dentro do seu cargo/salário atuais porque concorrem com pessoas com maior experiência”, avalia.