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20/07/2021 - 11h53

60% das pessoas já tiveram problemas sérios com seus líderes

Levantamento da Mindsight ouviu mais de 1,2 mil candidatos em processo seletivo

 

 

A Mindsight, empresa de tecnologia e gestão de pessoas, realizou uma pesquisa com 1.260 candidatos em processos seletivos para entender melhor a visão dos brasileiros sobre liderança. Entre os resultados, sobre os valores associados a um bom líder, as principais características apontadas foram responsabilidade e comprometimento, com 84% dos participantes valorizando esse ponto, seguida por comunicação e empatia com o time, com 83% e 81%, respectivamente. Outras características bem posicionadas foram carisma e capacidade de inspirar (71,6%), bom em reconhecer méritos 70,5%, organização (69,5%) e bom em dar feedbacks (67,5%).

 

No entanto, analisando as respostas por gênero, é possível perceber divergências na ordem de características priorizadas. Para as mulheres, a sequência foi responsabilidade e comprometimento (87,5%), comunicação (84%), empatia com o time (83,5%), carisma e capacidade de inspirar (71,6%) e bom em reconhecer méritos (70,5%), Já na visão dos homens as principais características são comunicação (81,6%), responsabilidade e comprometimento (80%), empatia com o time 79%, bom em reconhecer méritos (69%) e carisma (68%).

 

Além disso, os homens valorizam ambição e influência em proporções 29,5% e 26% maiores que as mulheres, respectivamente. Em contrapartida, elas acreditam que estar antenado nas tendências de mercado é uma característica importante em uma proporção de 15% a mais que os homens.

 

Problemas com a chefia

Nem toda relação entre funcionário e chefe é boa. Enquanto 39% dos participantes afirmaram que nunca tiveram problemas com seus líderes, a realidade é diferente para os outros 61%. O principal entrave relatado pelos homens e pelas mulheres é a falta de feedback oferecido pelo chefe, com 14% e 12% das respostas, respectivamente.

 

Um ponto alarmante descoberto pela pesquisa é que sete em 100 participantes já sofreram assédio moral ou sexual de seus líderes. A proporção é 19,5% maior entre as mulheres. Por sua vez, os homens apresentaram proporções 79,5% e 26,5% maiores que as mulheres nos problemas em discordar do chefe e sofrer muita pressão.

 

E os que já foram líderes?

Entre os entrevistados que já desempenharam a função de líder, as principais dificuldades do dia a dia relatadas foram estabelecer limites com a equipe, com 29,6% das respostas, encontrar equilíbrio entre as exigências, com 22,74%, e recrutar a pessoa certa para a equipe, com 15%.

 

Além disso, há uma preocupação maior das mulheres em saber o momento e a forma de dar um feedback construtivo (proporção 23% maior em relação aos homens), assim como uma maior preocupação dos homens em auxiliar no desenvolvimento dos liderados (proporção 50% maior que as mulheres).

 

A diferença entre homens e mulheres que já desempenharam o cargo é significativa - elas compõem 40% dos participantes, enquanto eles, 60,5%.

 

Liderança no mundo virtual

Liderar equipes é uma tarefa normalmente desafiadora e quando é levada para o campo digital torna-se ainda mais complexa, principalmente devido ao menor controle dos funcionários, uma vez que o convívio se resume a reuniões online, mensagens e e-mails.

 

Algumas empresas já encaram o trabalho remoto como algo permanente, logo, aqueles que possuem cargos de liderança precisam inovar para que tenham um bom fluxo de trabalho com a sua equipe.

 

De acordo com o levantamento, as principais dificuldades dos líderes na pandemia são manter o time alinhado e com boa comunicação e garantir o equilíbrio entre a produtividade e pressionar demais.

 

Para Thaylan Toth, CEO da Mindsight, é necessário ter empatia e um toque de assincronia com os colaboradores, além de lembrar que as pessoas não estão disponíveis o tempo todo, nem necessariamente ao mesmo tempo. “Afinal, uma das principais vantagens utilizadas para vender esse modelo é a flexibilidade. Logo, é necessário garantir que ela realmente exista", enfatiza.

 

Compartilhar o que for importante e útil para a  equipe e evitar detalhes que não vão agregar ao trabalho executado é outra dica."Às vezes, comunicar demais também pode ser um problema, pois acaba sendo tanta informação que as pessoas não conseguem absorver tudo. Portanto, saiba diferenciar o que é útil e importante de ser compartilhado", finaliza Thaylan.

 

Foto de abertura: Yan Krukov/Pexels