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13/10/2020 - 16h41

27,4% das empresas não possuem mulheres em cargo de chefia

Levantamento da Triwi ouviu mais de 2.500 organizações de todas as regiões do país

 

 

A consultoria de Marketing Digital Triwi realizou uma pesquisa com 2.542 empresas em todo o Brasil para conhecer o atual estágio de representatividade das mulheres no mundo dos negócios. Apesar dos avanços, a pesquisa reafirmou que ainda há números alarmantes na desigualdade de gênero no trabalho.

 

Entre os resultados, a pesquisa detectou que apenas 27,4% das empresas entrevistadas possuem mais de 51% do quadro de funcionários formado por mulheres; a maioria 53,2% têm até 30%. Vale salientar que o Brasil é um país predominantemente feminino. Segundo a PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) de 2019, realizada pelo IBGE, 51,8% da população brasileira é composta de mulheres; já os homens representam 48,2%.

 

Sobre o percentual de mulheres negras, os dados chamam ainda mais a atenção: de acordo com o levantamento, 46,8% das organizações contam com apenas 10% do quadro de funcionárias representado por mulheres negras e 24,2% não contam com mulheres negras entre os colaboradores. Ainda, 69,4% das empresas entrevistadas não contam com colaboradoras com alguma deficiência física.

 

Outra questão abordada foi o percentual de mulheres que ocupam o cargo de chefia. A pesquisa revelou que 27,4% das empresas não possuem mulheres em cargo de chefia e 32,3% contam com até 10% de mulheres no comando.

 

A pesquisa ainda confirmou que em 48,4% das empresas as mulheres ganham menos que os homens. Apenas em 3,2% das empresas as mulheres ganham mais que os homens e em 19,4% das empresas as mulheres ganham iguais aos homens.

 

“Eu e a minha sócia queríamos trazer a realidade das empresas e o quão elas têm se dedicado para que as mulheres tenham as mesmas oportunidades e condições que os homens, mas infelizmente, a pesquisa nos mostra que ainda existem um enorme abismo na cultura das empresas que precisam ser mudadas”, diz Ricardo Martins, CEO da Triwi, assinalando, inclusive, a falta de um canal de denúncias de assédio para escutar ou apoiar as mulheres. No levantamento, foi perguntado se as empresas possuem algum canal exclusivo de denúncias relativas a assédio: apenas 9,7% disseram possuí-lo.

 

A pesquisa foi realizada de 4 a 17 de agosto. Das empresas entrevistadas, 45,2% são do Sudeste, 17,7% do Sul, 14,5% do Centro Oeste, 11,3% do Norte e 11,3% do Nordeste. Quanto ao segmento, 53,2,% são de Serviço, 30,6% são da Indústria e 16,1%, do Comércio. A entrevista abordou empresas de todos os portes – 22,6% contam com mais de 1.000 funcionários; 22,6%, entre 501 e 1.000 funcionários; 17,7%, entre 201 e 500; 9,7%, entre 51 e 200; 12,9%, entre 11 e 50 funcionários; e 14,5% de 2 a 10 funcionários.

 

 

Foto de abertura: Polina Zimmerman/Pexels