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29/04/2020 - 17h44

Maioria dos paulistas tem trabalhado mais horas e perdeu a noção do tempo para descanso

Entretanto, 70% acreditam que mantiveram ou aumentaram a produtividade

 

Como os brasileiros têm lidado com a experiência de trabalho remoto no primeiro mês de distanciamento social imposto para reduzir a disseminação da Covid-19? Para responder a essa questão, o banco Original, primeiro do país a permitir abertura de conta 100% digital, patrocinou uma pesquisa, realizada de 8 a 15 de abril pela consultoria 4CO. Foram ouvidos 695 moradores do estado de São Paulo que aderiram ao home office na quarentena.

 

Os resultados apontam que apesar de 70% dos entrevistados considerarem que têm mantido uma produtividade igual ou maior do que antes do isolamento social, 59% acreditam que têm trabalhado muito mais horas diárias e 57% avaliam a experiência como muito cansativa.

 

Além disso, 52% dizem que perderam a noção de tempo para descanso (noite, finais de semana, etc.) em virtude da experiência de trabalho remoto no isolamento social e 78% acreditam que a experiência com trabalho remoto poderia ser melhor se não estivessem em uma situação de crise.

 

"Na análise geral dos dados nos deparamos com um cenário curioso e, de certa forma, ambíguo: a experiência prática com o trabalho a distância na quarentena vai indo bem, mas ela é bastante diferente do que as pessoas imaginavam anteriormente sobre o tema. O home office nesse contexto de isolamento social tem sido bastante intenso, apesar de a prática estar transcorrendo de maneira satisfatória. Ao que parece, não é o distanciamento social que tem interferido negativamente no dia a dia de trabalho e, sim, a crise como um todo", avalia Bruno Carramenha, sócio-fundador da 4CO | Cappellano & Carramenha Comunicação e Cultura Organizacional.

 

"O principal objetivo da pesquisa foi entender o comportamento dos profissionais nesse momento de trabalho remoto em um cenário de isolamento social e como isso pode influenciar uma nova dinâmica de trabalho e relação entre as pessoas, pautada por um ambiente digital", destaca Luis Aniceto, superintendente executivo de Estratégia, Pessoas e Design Organizacional do Original. "A partir dos insights dessa pesquisa e do nosso DNA digital e humano, queremos melhorar a experiência dos clientes e colaboradores acelerando a evolução das relações entre as pessoas e entre pessoas e empresas", complementa.

 

A pesquisa aponta também que, de forma geral, a adaptação ao trabalho remoto nesse período de isolamento social transcorreu de forma tranquila para a maioria dos entrevistados. Para 76%, o processo de implementação pode ser considerado tranquilo. Esse percentual sobe para 80% no caso dos profissionais que já tinham alguma experiência prévia com home office.

 

Vale destacar que, apesar de mais da metade afirmar ter de cumprir uma rotina diária determinada pela empresa (61%), 65% desempenham suas funções sem a necessidade de se mostrar disponíveis o tempo todo ou prestar contas quanto ao tempo trabalhado e 69% alegam que a empresa dá liberdade para gerenciar atribuições, sem mecanismos de controle específicos. Entre aqueles que ocupam cargos de liderança, esse último percentual sobe para 75%.

 

E, por fim, para 73% dos entrevistados, a empresa para a qual trabalham fornece toda a orientação necessária para o estabelecimento de uma rotina de trabalho remoto adequada e produtiva.

"Os dados da pesquisa confirmam que essa necessidade de trabalho remoto durante a crise tem obrigado as empresas a estabelecerem uma relação mais flexível com os colaboradores e criar novas formas de contato e de controle. O que tende a se expandir no pós-crise", conclui Aniceto. 

 

Foto de abertura: Stas Knop/Pexels