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Gestão de Pessoas

18/10/2021 - 15h45

Empresas precisam refletir a pluralidade do país, diz executivo do Gi Group

Para Rui Rocheta, as corporações são aquilo o que os seus talentos lhes permitem ser

 

Apesar de o Brasil possuir uma legislação mais avançada do que outros países nas questões de diversidade, ainda "patina" na adoção de medidas de promoção da inclusão. Para Rui Rocheta, head Iberia & Latam do Gi Group, empresa de soluções para capital humano, não basta construir ambientes plurais, ter equipes formadas por pessoas com culturas, identidades e experiências diversificadas, se todas elas não tiverem as mesmas oportunidades de crescimento. E ignorar ou excluir milhares de talentos por preconceito é uma questão de má gestão. "As corporações são aquilo o que os seus talentos lhes permitem ser, por isso, o olhar atento à diversidade e inclusão é primordial para se manter em crescimento”, assinala.

 

O primeiro passo para uma mudança, diz ele, é criar a consciência de que não somos inclusivos: a empresa tem de olhar para dentro e ver se a estrutura reflete a sociedade ou se está de acordo com o que deseja para o futuro. Com isso, poderá definir a suas prioridades e desenhar um plano de trabalho adequado.

 

Uma pesquisa realizada em 2020 pela consultoria McKinsey, com 700 empresas de capital aberto em sete países da América Latina, mostra que companhias que adotam a diversidade são mais saudáveis, felizes e rentáveis. Rocheta defende que esses são motivos suficientes para que as pautas sejam discutidas no mundo corporativo. “A diversidade e a inclusão são positivas porque permitem trazer visões e sensibilidades distintas e enriquecer as perspectivas do negócio”, explica.

 

De acordo com ele, um número expressivo de clientes do Gi Group está atento às mudanças necessárias na composição dos times. “Temos dados interessantes. Entre 2019 e 2021, 1.271 pessoas foram empregadas com 50 anos ou mais; 26,65%  delas, ou seja, 13.590 pessoas, são de etnias negra, parda ou indígena; 22.654 mulheres foram contratadas e 59 refugiados de países como Haiti, Venezuela, Bolívia e Angola conquistaram trabalho”, detalha.

 

Os principais desafios na implementação de projetos de diversidade e inclusão estão na mudança de mentalidade e no preconceito enraizado, não só nas empresas, mas na sociedade em geral. Mas a mudança só ocorrerá se começar pelo topo da pirâmide. “Para enfrentar essa questão, além da transformação de ideias e conceitos, é importante que o exemplo esteja presente nas lideranças”, finaliza.

 

Foto de abertura: Filipe Nunes