Notícia

Gestão de Pessoas

28/01/2020 - 18h53

70% dos gestores de RH não estão realizados com o que fazem

Estudo relaciona bem-estar com engajamento e produtividade no trabalho

 

Uma pesquisa com gestores da área de Recursos Humanos (coordenadores, diretores e executivos C-Level) mostrou que 70% não estão plenamente realizados com o que fazem. Além disso, apenas um a cada cinco consegue alcançar as metas a que se propõe e somente 28% dos pesquisados têm um senso claro de direção em seu trabalho.

 

Esses são alguns dos resultados do estudo O impacto do bem-estar na vida profissional, feito com 342 profissionais e que identificou a percepção das pessoas sobre seu engajamento e produtividade no trabalho.

 

Realizado pela ABRH-Brasil (Associação Brasileira de Recursos Humanos), em parceria com a consultoria Mapa de Talentos e a plataforma Waggl Brasil, o estudo traz como principais conclusões que as empresas deixam de aproveitar o melhor de suas equipes e, consequentemente, perdem em produtividade. Além disso, a forma como os líderes atuam e como o trabalho está estruturado apenas reforçam essa realidade.

 

“A pesquisa cobriu diversas áreas relevantes que afetam o desempenho dos profissionais e apontou que, além das inovações, processos e tecnologias, a produtividade depende essencialmente de fatores humanos”, assinala Luiz Edmundo Rosa, diretor executivo da ABRH-Brasil.

 

FATORES CRÍTICOS

O estudo seguiu o modelo P.E.R.M.A., criado por Martin Seligman, um dos fundadores da Psicologia Positiva. A sigla aponta, em inglês, os cinco elementos que, quando bem desenvolvidos, levam ao bem-estar no trabalho: Emoções Positivas, Engajamento, Relacionamentos Positivos, Significado e Realizações.

 

De acordo com a pesquisa, alguns dos fatores humanos que mais impactam o engajamento e a produtividade são:

 

Falta de clareza: apenas 28% dizem ter um claro senso de direção em seu trabalho. Isso indica que existe desperdício de energia humana, que poderia ser convertida em resultados se houvesse maior clareza do que se espera de cada um.

 

Baixa resolutividade: apenas 23% conseguem alcançar plenamente as metas a que se propõem.

 

Pouca satisfação: 70% não estão plenamente realizados com o que fazem e apenas 15% dizem estar plenamente satisfeitos com a sua saúde. Além disso, somente 18% se sentem reconhecidos pelos seus colegas; 23% sentem satisfação com suas relações no trabalho.

 

"O que vemos é que o tempo e a energia investidos nas atividades do dia a dia do trabalho não se refletem em realização. E essa realidade, além de trazer frustração, tem um impacto enorme em produtividade", explica Miguel Nisembaum, diretor da Mapa de Talentos.

 

LUZ NO FIM DO TÚNEL

A pesquisa também apresenta caminhos de solução, sugeridos pelos próprios participantes. Através de uma metodologia de crowdsourcing, foram levantadas 1.668 respostas para melhorar o bem-estar no ambiente de trabalho. Em resumo, as propostas de mudança são:

 

  • liderança presente e preparada;
  • metas claras e factíveis;
  • apoio na tomada de decisões; maior autonomia para as pessoas;
  • respeito;
  • coleguismo;
  • comunicação clara;
  • redução de burocracia; e
  • maior agilidade.

 

“Observamos também o desejo pela melhora nas relações entre colegas de trabalho, pois há pouca colaboração e baixo aproveitamento do potencial das pessoas, fatores que acabam levando a resultados insuficientes no trabalho”, diz Kiko Campos, general manager da Waggl.

 

Imagem: Tero Vesalainen/Pixabay