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Gestão de Pessoas

26/09/2019 - 15h50

Empresas realizam pesquisa sobre violência contra a mulher

Iniciativa é voltada para o RH das organizações e teve início neste mês

 

A violência contra a mulher tem crescido de maneira alarmante. Por isso, na busca contínua por equidade e empoderamento feminino, a Levee, o Instituto Vasselo Goldoni, o Instituto Maria da Penha, a Demarest e a CMI Business Transformation uniram-se para dar início à maior pesquisa no Brasil com objetivo de compreender o posicionamento das empresas em relação à temática da violência contra mulher.

 

Realizada pela Talenses, a pesquisa foi anunciada no último dia 19, em evento realizado no auditório da Demarest, em São Paulo, e faz parte da iniciativa de Ivana Mozetic, Edna Vasselo Goldoni (IVG), Maria Helena Bragaglia (Demarest) e Maristella Iannuzzi (CMI), criadoras do programa Rota VCM, iniciais que significam Vida, Coragem e Mulher.

 

Os dados do levantamento servirão como base para o lançamento de uma plataforma de compartilhamento de informações e conhecimento. A ideia é aumentar a conscientização das empresas em relação ao tema e convocar o empresariado brasileiro a serem agentes de mudança na sociedade.

 

"Meu sonho é criar um cenário de integração, equidade de gênero e ambiente seguro para as mulheres trabalharem e se desenvolverem como cidadãs e seres humanos. Precisamos falar sobre o tema e precisamos que a sociedade civil e o corpo empresarial seja mais atuante, por isso, queremos compartilhar mais dados e informações sobre um tema tão importante para a sociedade brasileira", afirma Edna.

 

As perguntas do estudo serão enviadas para mais de 10 mil RHs do Brasil das bases de clientes da Levee e da Talenses, empresa parceira, e abordarão as políticas de promoção de equidade, empoderamento, quantidade de mulheres trabalhando nessas empresas, além de políticas para combater o assédio e ações para apoiar funcionárias vítimas de violência.

 

Com idealização da IVG, correalização do IMP, apoio institucional e promocional da Levee, e direção executiva da Demarest e IMC, a plataforma Rota VCM será lançada no último trimestre do ano, em paralelo aos resultados da pesquisa. O projeto também tem apoio, da ONU Mulheres e Pacto Global, Instituto Maria da Penha e Instituto Patrícia Galvão.

 

A plataforma reunirá em um único local todas as informações hoje pulverizadas e terá seu foco principal no apoio aos profissionais de RH e gestores de empresas que têm que lidar com esse tipo de situação. Organizadas por áreas de interesse, chamadas de pílulas, a plataforma reunirá as informações mais relevantes que uma vítima, um familiar, um amigo e, principalmente, uma liderança empresarial precisa saber para ajudar uma mulher nessa situação.

 

Para Ivana Mozetic, VP de Marketing da Levee, a dependência financeira é um dos principais fatores que mantêm mulheres em situação de vulnerabilidade e em relacionamentos abusivos e é por isso que essa também é uma responsabilidade das companhias. Isso porque dados divulgados pelo DataSenado mostram que das brasileiras que sofreram violência no último ano, 60% não têm renda ou recebem até dois salários mínimos, e somente 28% exercem algum tipo de trabalho remunerado.

 

Ao falar sobre o cenário atual das mulheres no Brasil, Adriana Carvalho, da ONU Mulheres, afirma que além de políticas públicas, rede de atendimento eficiente e trabalho da sociedade civil, as empresas também tem que fazer sua parte.

 

"O Brasil é o 5º no ranking da violência contra a mulher. Está na hora de parar. Informação é a melhor arma contra a violência", finaliza Regina Célia Barbosa, vice-presidente do Instituto Maria da Penha.

 

Foto: Pixabay