Sérgio Mena Barreto, presidente executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), que reúne as 27 maiores redes de farmácias do País, acaba de ter seu contrato renovado por mais quatro anos à frente da entidade, a qual representa há 16 anos.

 

Tradicionalmente, o contrato era renovado a cada dois anos, durante a eleição dos membros do Conselho Diretivo. Mas, desta vez, a entidade propôs um prazo contratual mais longo. “O principal argumento dos diretores foi a existência de maior estabilidade e de continuidade dos projetos que temos em andamento. Acabamos, portanto, chegando a um acordo nesse ponto”, comenta.

 

Barreto, 48 anos, é natural de Fortaleza e iniciou sua carreira no varejo no fim dos anos 1980, na área de Recursos Humanos das Casas Pernambucanas. Com o fechamento da matriz da Lundgren Tecidos em Fortaleza, foi contratado para assumir a gerência de RH e Marketing da então iniciante rede de farmácias Pague Menos.

 

“Muita gente me questionava sobre a pouco usual combinação de marketing e RH, mas sempre respondi que, no varejo, o componente humano é fundamental e as duas disciplinas estavam muito próximas. Mas, na verdade, esta combinação vinha da minha paixão por gente e da minha formação em marketing. Eu juntei o melhor dos dois mundos, o que funcionou muito bem por muito tempo”, relembra.

 

O próximo desafio na Pague Menos foi a criação da diretoria de Operações, área que estruturou e é a espinha dorsal da companhia até hoje. “Entrei na Pague Menos com a loja número 40 e saí na 180. Fui o responsável pela primeira onda de expansão da empresa, a do Norte-Nordeste, o que me rendeu um aprendizado incrível sobre operação no varejo e uma verdadeira pós-graduação prática em vendas e, sobretudo, em gente”, avalia.

 

Depois de dez anos de Pague Menos, Barreto foi convidado a assumir a presidência executiva da Abrafarma e a elevou a outro patamar. As redes afiliadas movimentam cerca de R$ 37 bilhões anuais. Os últimos 16 anos foram dedicados a melhorar o relacionamento com a sociedade e governos, o ambiente de negócios para as grandes redes e profissionalizar o setor. Isto incluiu, por exemplo, a realização anual de missões técnicas internacionais a países como Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Inglaterra e Japão.

 

Adepto de um estilo discreto, Barreto continua combinando marketing e pessoas como ninguém. Ele lidera o principal congresso do setor no país, o Abrafarma Future Trends, que está conceitualmente à frente até mesmo de seus congêneres nos Estados Unidos e Europa e reúne mais de 2 mil executivos a cada ano. Promove, em dezembro, o principal evento de confraternização do segmento farmacêutico, concedendo anualmente um prêmio disputado pelos fabricantes.

 

Atualmente está conduzindo um vasto programa de qualificação e reposicionamento de uma profissão inteira, a dos farmacêuticos. “O que estamos fazendo é uma revolução silenciosa. E eu chamo de revolução, pois poderão causar um impacto profundo na maneira como vemos a saúde no Brasil. Esses profissionais terão o poder de transformar, por exemplo, a adesão ao tratamento, o que por si só pode aumentar produtividade, reduzir absenteísmo e promover qualidade de vida. Talvez seja o mais motivador desafio a que me propus em toda a minha trajetória”, diz.