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Diversidade & Inclusão

21/09/2021 - 11h32

Contratações de pessoas com deficiência dispararam 147% até agosto, aponta levantamento

Estudo realizado pela Page PCD detectou boom nos programas de diversidade

 

 

Apenas uma a cada quatro pessoas com deficiência tem ocupação profissional, de acordo como dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no mês passado. A estatística refere-se a 2019, mas, ainda que tenha havido alguma melhora nos últimos dois anos – algo difícil de acontecer diante do crescente desemprego trazido pela pandemia e pela crise econômica brasileira –, há muito ainda a ser feito dentro das empresas.

 

Números como esse mostram que há pouco a ser comemorado no Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, celebrado nesta terça-feira (21), mas a data também pode ser lembrada com uma informação animadora: de acordo com a Page PCD, consultoria do PageGroup especializada no recrutamento de pessoas com deficiência, a contratação desses profissionais cresceu 147% até agosto, na comparação com o mesmo período de 2020. Os principais motivos são o volume dos programas de diversidade em curso no universo corporativo e a atuação mais incisiva do Ministério do Trabalho junto às empresas.

 

"Temos notado que as empresas estão bem ativas com seus programas de diversidade e iniciativas ESG, incluindo mais pessoas em seus quadros. Os profissionais com deficiência fazem parte dessa nova realidade e estão sendo mais procurados neste momento”, diz Isabel Pires, gerente sênior da Page PCD.

 

Segundo ela, o que mudou também, de um tempo para cá, é que antes boa parte das posições de pessoas com deficiência era destinada aos cargos de entrada. Hoje, há muitos projetos rodando com a contratação de pessoas com deficiência em cargos de média e alta gestão.

 

Para Isabel, a atuação mais incisiva do Ministério do Trabalho junto às empresas também tem ajudado com que a legislação fosse cumprida e consequentemente incluindo mais pessoas com deficiência nos quadros das companhias. "Antes a gente via projetos com 10 a 15 vagas para esse público. Hoje estamos falando de programas que contemplam a contratação de 60 a 70 profissionais. Essa fiscalização mais rigorosa tem ajudado no processo de inclusão", destaca.

 

As áreas que mais têm contribuído para a contratação de pessoas com deficiência, segundo a Page PCD, são de Tecnologia, Vendas, Finanças e Engenharia. "Percebemos uma alta na procura por profissionais da área de tecnologia, perfil multifuncional, com habilidade de transformar dados em indicadores, visão estratégica e analítica. Outro diferencial que pode deixar os candidatos em posições de destaque ao longo do processo seletivo é a capacidade de se comunicar em outros idiomas, principalmente inglês", orienta.

 

MELHOR REMUNERAÇÃO

Outra boa notícia trazida pelo levantamento é que a remuneração deu um salto em relação a 2011. "Naquele ano, para uma posição de assistente administrativo/analista júnior administrativo, a remuneração girava em torno de R$ 1 mil a R$ 1,5 mil. Em 2021, conduzimos a mesma posição com remuneração em torno de R$ 3 mil a R$ 4,5 mil. Já no cenário sem especificação PCD em 2021, a remuneração ficou em torno de R$ 2,5 mil a R$ 3,5 mil. Notamos que a mesma posição PCD, quando comparada com dez anos atrás, aumentou seu valor em até três vezes", conta Isabel. "Também quando comparamos a mesma vaga PCD e não PCD, existe uma diferença em torno de 22% a mais para a vaga PCD nesse perfil", conclui.

 

 

Foto de abertura: Mart Production/Pexels