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19/08/2021 - 12h21

Real skills são fundamentais na pandemia, diz executiva da Apsen

Renata Spallicci assinala que, embora relacionadas às habilidades comportamentais, as real skills vão além

 

 

No cenário fragmentado, dinâmico e imprevisível em que a sociedade está inserida, já faz algum tempo que as soft skills se tornaram tão importantes quanto as hard skills para as empresas no que diz respeito às competências que esperam de seus colaboradores e líderes. Mas com a pandemia da Covid-19, uma novo conjunto de habilidades emergiu, ganhando cada vez mais espaço: as real skills, também chamadas habilidades verdadeiras.

 

Renata Spallicci, vice-presidente da Apsen Farmacêutica, explica que o conceito de real skills foi desenvolvido por Seth Godin, escritor best-seller mundial de conteúdos de Marketing, que o atrela às soft skills. “Segundo Godin, o termo soft não é o mais adequado para se referir a essas habilidades, porque minimiza a importância de aspectos que são fundamentais para o indivíduo em busca de seu desenvolvimento profissional e a melhora das entregas de resultados”, diz. Nesse sentido, o termo “real” combina melhor com esse conjunto de aptidões, que são, para Renata, “modernas, necessárias, diferenciadas e efetivas”.

 

Apesar de estar relacionada às habilidades comportamentais, as real skills não devem ser confundidas com elas, pois vão além. São um conjunto de habilidade híbridas, que levam em conta as hard skills, relativas ao conhecimento técnico, e as soft skills, reconhecidas como comportamentais ou socioemocionais. “Trata-se de um misto de competências que, em sincronia, são capazes de levar a resultados desejados e ainda superar expectativas”, define a executiva.

 

Quando o assunto é real skills, Seth Godin considera que cinco grandes categorias devem ser levadas em consideração: autocontrole, produtividade, sabedoria, percepção e influência. Ele destaca uma outra habilidade necessária para a aquisição das real skills: o aprendizado contínuo. “O conceito diz respeito a ter uma mentalidade aberta ao conhecimento, entendendo que o aprendizado, que nunca cessa, não precisa vir necessariamente da escola, mas pode ser adquirido em um livro, filme, conversa e até da observação de uma situação cotidiana”, explica Renata. Segundo ela, é por meio da mentalidade preparada para continuar aprendendo sempre, por diversos meios, que os profissionais conseguem adquirir ou refinar suas habilidades técnicas e comportamentais para serem desejados pelas empresas.

 

Entre as diversas habilidades que podem ser denominadas real skills estão, por exemplo, a criatividade e a resiliência, que, por sinal, têm sido bastante necessárias nas empresas para o enfrentamento da pandemia. A capacidade de resolução de problemas e a adaptabilidade também são real skills fundamentais para o período pandêmico, assim como a empatia, a escuta ativa e a habilidade comunicação.

 

“O desejo de entender a realidade do outro, de como ele se sente e de como ajudá-lo é essencial em um período que as pessoas se sentem inseguras e estressadas diante de um cenário assustador. Da mesma forma, a capacidade de ouvir o que os funcionários dizem a respeito de si e suas dificuldades, assim como a habilidade de passar uma mensagem clara do que eles precisam entregar, são essenciais para um líder na atual conjuntura, a fim de evitar ruídos, deixando consequentemente o ambiente de trabalho mais leve”, diz Renata.

 

Para ela, mesmo após o fim da pandemia, as real skills continuarão sendo necessárias, porque a pressão do mercado exige e exigirá mudanças e a reinvenção da forma de fazer negócios, pois, quando as máquinas, por meio da robotização e da inteligência artificial, ocuparem muitos postos de trabalho, serão destaques e imprescindíveis os profissionais que souberem mesclar suas competências técnicas específicas com habilidades comportamentais, sociais e emocionais, consideradas mais humanas.

 

Por fim, a executiva enfatiza que, além de serem mais modernas, necessárias, diferenciadas e efetivas, as real skills devem ter sua relevância destacada para os dias atuais porque levam em conta as pessoas, o fator mais verdadeiro das corporações, pois estão no centro de tudo: são os líderes, os colaboradores e os consumidores.

 

Foto: J. Domingos