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Comportamento

10/01/2020 - 11h07

O que empresas como Netflix, Airbnb e WhatsApp têm em comum?

Quem responde essa pergunta é a fundadora da Humor Lab

 

Na infância, Maryana Rodrigues sofreu bullying; na fase adulta, teve depressão e síndrome de Burnout. Foi assim que ela decidiu ajudar as empresas na implementação de uma nova cultura orientada para o humor e, com isso, despertar uma visão mais otimista e criativa diante dos problemas e desafios diários. Fundadora da Humor Lab, ela trabalhou como instrutora recreativa na Disney e foi estudar mais sobre stand-up comedy para entender como roteirizar o humor, com conteúdo, e levar para as empresas. No Vale do Silício, Califórnia (EUA), se especializou em inteligência emocional.

 

Sobre a pergunta que dá título a essa matéria – O que empresas como Netflix, Airbnb e WhatsApp têm em comum? –, uns vão dizer que são empresas mundialmente conhecidas, inovadoras ou, então, que faturam bilhões por ano. Mas a especialista enxerga além.

 

“Essas respostas estão certas, junto com as dezenas de outras características em comum entre elas. Mas como essas empresas mudaram a forma das pessoas consumirem e o poder de criatividade? Apenas disrupção por disrupção não é o bastante se faltar criatividade e ousadia para fazer diferente, e até dar um passo atrás se assim for necessário”, afirma, ressaltando que, diferentemente do que muita gente acredita, ser criativo não é um dom, é uma habilidade desenvolvida.

 

A seguir, ela lista cinco atitudes que podem ser eficientes para o processo de potencializar a criatividade gerando inovação.

 

1. A alimentação do cérebro deve ser diversa

Como encontrar novas combinações criativas se inserimos as mesmas informações, vindas das mesmas fontes, para o nosso cérebro? Alimente-o de novas energias, vinda de fontes que ele jamais consumiria. Leia revistas diferentes, vá mais ao cinema, converse com pessoas diversas, vá a lugares novos, tome um cafezinho em uma "padoca" que ainda não foi, dirija por caminhos que ainda não foi, arrisque mais. Fuja da zona de conforto para o qual somos constantemente levados e aprisionados. Desperte novos caminhos, para que haja novas combinações de ideias.

 

2. Erre rápido

O medo de passar vergonha nos leva para o senso comum. Não arriscamos errar em público e a ausência da prática no erro nos deixa com medo de errar sozinhos também. Assim, seguimos a correnteza, ela nos leva sem gasto energético, mas chegamos no mesmo destino de todos. Quando testamos novos caminhos, gastamos mais energia, mas somos presenteados com situações inusitadas, que quem está na correnteza não terá acesso, permitindo a quem arrisca novas sensações e possibilidades de conexões de ideias.

 

3. Questione como iniciante

Tudo o que fazemos pela primeira vez, é normal perguntarmos cada sequência de movimento e, depois da repetição e prática, perdemos essa essência da curiosidade que instiga e nos ajuda a ir mais longe. Precisamos manter isso vivo! Então, questione os processos e protocolos, podendo, assim, criar oportunidades de caminhos. Por que aceitar tudo de mão beijada? Manter a curiosidade é uma forma de sempre procurar algo a mais, de se automotivar a procurar soluções, saídas, alternativas e não se contentar apenas com um único caminho, mesmo que seja o mais fácil.

 

4. Esqueça o que não serve mais

Como inserir novidade em um cérebro sem espaço? Desapegue do que já não se usa e abra espaço para dados e informações novas, dando oportunidade para conexões improváveis. Interessante essa analogia? Está tudo bem mudar de ideia, flexibilizar e alterar processos cristalizados para ressignificar, alterando a maneira como enxerga a sua realidade.

 

5. Encare seu trabalho com bom-humor

Não menos importante, talvez seja o mais importante desse checklist. É mais difícil incluir tantos dados novos estando com a sensação de bem-estar ruim, ou seja, de mau humor. É preciso ser leve para criar um ambiente seguro ao erro, e confortável para o riso e flexibilidade. Pessoas nesse ambiente tendem a se sentir mais à vontade para errar e conectar o que ninguém conectou, ativando assim a criatividade.

 

Foto: Divulgação