Por Marcelo Madarász*

 

 

Ilmacir Machado é uma mulher de muita personalidade, filha de um casal de nordestinos, líder de si, como ela mesma diz, e uma batalhadora pela inclusão de pessoas com deficiência. Graças às pessoas como ela, que conheceram seu propósito de vida e que inclui a expansão da consciência, muito é feito para a construção de um mundo melhor. Há quem diga que é pouco, mas como bem nos lembrou Madre Teresa de Calcutá, quando lhe disseram que o que ela fazia era uma gota no oceano, ela respondeu que o oceano seria menor sem essa gota.

 

Recentemente, Ilmacir postou que o amor cura todas as feridas e não somente as feridas do corpo. Ele acolhe, abraça e cura as nossas feridas da alma. Ao ler, me emocionei com a convocação à construção de um mundo melhor. Lembrei-me de “ainda que falasse a língua dos homens e falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria”, lindamente escrita e transformada em canção pelo grupo Legião Urbana.

 

Continuamos vivendo momentos de grandes desafios, de guerras de várias ordens, de uma situação política, econômica e social que por vários motivos revelam faces obscuras das pessoas e dos sistemas e lamentamos profundamente o nível de beligerância, conflitos, polaridades e falta de educação e civilidade. Ódio alimentando ódio e egos dominando e fazendo com que mais e mais pessoas se percam.

 

Novamente nos encontramos nas encruzilhadas nas quais temos a necessidade de fazer escolhas. Podemos aumentar o conflito, as estatísticas infelizes inclusive das doenças e transtornos, nos deixamos abater, perdermos um pouco mais a esperança e a fé no ser humano ou nos empenharmos para mais uma vez salvaguardarmos nossa lucidez e contribuirmos para que se aumente a luz e tudo que houver de luminoso nesta vida. Essa segunda opção não pode ser feita de maneira rasa, superficial, artificial e aparente. Corremos o risco de aumentar o fenômeno da positividade tóxica, do parecer estar bem a qualquer preço, o que naturalmente não é saudável por ser falso.

 

Não é necessário se enganar ou aos outros. Podemos constatar que há algo de podre e não é apenas no Reino da Dinamarca, mas mantendo o eixo e o equilíbrio, expandir a consciência e refletir o que podemos fazer diante das circunstâncias que a vida nos oferece. Além da Ilmacir, que luta pela inclusão das pessoas com deficiência, há outras pessoas que também pavimentaram suas jornadas na busca da superação, de uma forma absolutamente admirável e que podem nos servir de farol, quando muitas vezes nos percebemos na escuridão.

 

Como profissionais que queremos efetivamente construir esse mundo com o qual sonhamos, já percebemos claramente que diversidade é um fato e inclusão é uma escolha. Para os que não assistiram, recomendo fortemente verem a palestra com Tabata Contri e Katya Hemelrijik, da Talento Incluir, disponível na TV Corporativa Gestão RH, bem como depoimentos de artistas como a Maria Goret, que é pintora e que faz parte da Associação dos Pintores com as Bocas e os Pés, e entrevista com a ex-vereadora Alessandra Trigo, estas últimas serão disponbiliizadas em breve, também na TV Gestão RH. Mulheres guerreiras, que levantam todos os dias a bandeira da inclusão, mas, junto com ela, a bandeira do respeito, do desejo e da batalha por uma sociedade mais justa e principalmente com valores que incluem o acolhimento, o cuidado e o Amor. Meu convite é para que aumentemos o exército de pessoas que querem fazer do amor a pavimentação para este mundo com o qual sonhamos.

 

 

*Marcelo Madarász é diretor de RH para América Latina da Parker Hannifin

 

 

Foto: Marcos Suguio