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27/04/2022 - 17h04

Como gerenciar suas emoções pode te tornar um profissional melhor

A falta de educação emocional dificulta identificar como nos sentimos e reagir, alertam especialistas

 

 

 

Por Allessandra Canuto e Valéria Oliveira*

 

 

Não é novidade que a inteligência emocional tem papel importante no dia a dia das pessoas. Estar em desequilíbrio nessa questão afeta negativamente os relacionamentos afetivos, familiares e sociais, e até mesmo o desempenho profissional pode sofrer impacto disso.

 

Quando passamos por um momento delicado no âmbito pessoal, por exemplo, podemos acionar um gatilho que faz com que nosso raciocínio seja afetado e, consequentemente, nosso modo de agir também. Esse movimento, apesar de bastante comum, é praticamente invisível e pode se tornar um tabu dentro das empresas.

 

A dificuldade de identificar como nos sentimos e de reagir ocorre pela falta de educação emocional. Não conseguimos saber claramente se estamos com medo, com raiva, com tristeza, entre outras emoções. A questão é que, quando temos as nossas necessidades atendidas, temos sentimentos aparentemente bons e quando não, são caracterizados como ruins.

 

No entanto, todos os sentimentos têm um fundamento bom. O medo nos faz ficar alertas ao perigo; a tristeza faz refletir sobre o que sentimos falta; a raiva dá energia para agir. Por essa razão, ter alguém dentro das organizações para auxiliar no movimento de gestão das emoções faz toda a diferença. Saber regular e manejar essas sensações pode te ajudar a melhorar sua performance já que os gatilhos que poderiam te puxar para trás, também podem te impulsionar.

 

A ERA DA AFETIVIDADE

Apesar de a palavra remeter a afeição, nesse caso está ligada à ideia de ser afetado por algo. Estamos vivendo um momento em que analisamos muito sobre como as experiências nos impactam positiva ou negativamente e, por diversas vezes, não sabemos lidar com isso. Para que você consiga regular e manejar esses sentimentos individualmente, existem práticas simples que exigem apenas um pouco de autoconhecimento:

 

1) Entenda a importância da atenção no momento aqui e agora.

Ficamos muito ocupados com o que vivenciamos no nosso passado ou pensativos demais sobre o que vai acontecer no futuro. Isso gera um sentimento de impotência, uma vez que nada pode ser feito pelo que já foi ou ainda vai ser. Estímulos como concentração na respiração, meditação, lembretes, agenda, etc., podem ser utilizados para te trazer para o presente.

 

2) Aprenda a legitimar as emoções.

É de suma importância compreender que as pessoas podem encarar as situações de formas diferentes das suas. Ainda assim, suas emoções e pensamentos são legítimos e precisam ser considerados. A partir daí, você pode buscar ou propor um acordo ou alinhamento com os demais profissionais.

 

3) Compreenda os sentimentos e o que eles representam.

A autoanálise é muito eficiente no reconhecimento do que você está sentindo. Após isso, é preciso nomeá-los e entender que necessidades querem ser atendidas para que aquele sentimento surja. Isso vai contribuir para que você possa extrair o melhor das experiências e saber expressá-los da forma mais adequada. Além disso, é interessante compartilhar formas para que os demais façam o mesmo movimento.

 

Tendemos a acreditar que são somente os sentimentos bons que podem nos fazer crescer. Porém, somos estimulados a ter todos os tipos de sensações nas situações cotidianas. O profissional que conseguir fazer a gestão das suas emoções e desenvolver esse nível de inteligência se utilizar a seu favor todos os sentimentos que vier a ter, possui não só uma carta na manga, mas um baralho inteiro.

 

 

 

*Allessandra Canuto é especialista no desenvolvimento de competências comportamentais e gestão da cultura e Valéria Oliveira é especialista em desenvolvimento de líderes e gestão da cultura

 

 

Foto: Mariana Spada