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08/04/2022 - 12h00

Com grande dificuldade para atrair talentos de tecnologia, empresas começam a contratar freelancers

Covid-19 acelerou em dez anos mudança socioeconômica, diz CEO da Growyx neste artigo

 

 

Por João Paulo Araújo*

 

 

A pressão pela digitalização das empresas acelerou exponencialmente após a pandemia e pressionou um setor que já estava em colapso. Hoje são mais de 408 mil vagas em aberto nas áreas de TI em todo o Brasil, o que já gerou um prejuízo de R$167 bilhões nos últimos dez anos em diversos setores.

 

Funções da nova economia, como desenvolvedores de softwares, UX designers, product managers, engenheiros de dados e gerentes de e-commerce são caçadas ferozmente por tech recruiters, na busca incessante para preencher milhares de vagas abertas diariamente em empresas que estão passando por uma transformação digital acelerada. Muitas dessas empresas, mesmo pagando altos salários, não conseguem fechar suas vagas na área de tecnologia, que frequentemente ficam abertas por mais de três meses.

 

Por conta dessa grande escassez de talento, algumas empresas estão testando novos modelos de contratação, como a utilização de plataformas de freelancers qualificados para preencher parte dessas vagas em aberto.

 

Muitos profissionais seniores encontraram nas plataformas de freelancer uma forma de ganhar dinheiro e trabalhar em projetos desafiadores, podendo ser donos da sua carreira e do seu “valor hora”.

 

A busca por maior flexibilidade e maiores salários por parte dos profissionais e a dificuldade em contratar e reter talentos por parte das empresas foram os motivos pelo qual esse modelo de contrato por hora está se tornando popular no mundo.

 

A plataforma de freelancers oferece esse modelo de contratação, ajudando empresas a contratarem e gerenciarem profissionais de tecnologia qualificados, por contrato de horas.

 

Hoje, por conta do longo processo de contratação de talentos na área de tecnologia, as empresas não conseguem escalar os seus times de produto com rapidez e, muitas vezes, perdem o timing para lançar novas features. Dessa forma, as plataformas facilitam a integração dos stakeholders da empresa com freelancers qualificados e contribuímos para resolver a maior dor do mercado de tecnologia: a falta de mão de obra qualificada que gera gap de inovação.


Essa transformação já vem acontecendo com maior velocidade nos Estados Unidos e para entender melhor esse fenômeno, a Harvard Business Review realizou uma pesquisa com cerca de 700 empresas norte-americanas que as utilizam. Nessa pesquisa, se constatou que as empresas estão buscando ajuda com projetos de curto e longo prazo, táticos e estratégicos. Além disso, 90% dos líderes que responderam à pesquisa – C-levels e linha de frente – acreditam que essas plataformas de freelancers serão essenciais para ajudar na sua capacidade de competir no futuro.

 

Para competir nos próximos anos, as empresas devem reconhecer e abraçar todo o potencial das plataformas de talentos digitais – ou seja, descobrir como se envolver estrategicamente com uma força de trabalho sob demanda.

 

Hoje, milhões de americanos bem qualificados são atraídos por contratos de trabalho freelancer. Estima-se que os freelancers agora representem cerca de um terço da força de trabalho dos Estados Unidos, e aqueles que são altamente qualificados representam uma fatia pequena, mas crescente. Porém, o Brasil não fica muito atrás, o país é o terceiro que mais cresce no mundo em receitas oriundas do trabalho freelancer.

 

E pela primeira vez desde 2014, o número de freelancers que dizem considerar o trabalho temporário como uma escolha de carreira de longo prazo é o mesmo que o número que o considera uma maneira temporária de ganhar dinheiro. Os primeiros sinais sugerem que a Covid-19 acelerou em dez anos essa mudança socioeconômica.

 

O futuro do trabalho será mais flexível, tanto no local de trabalho quanto no modelo de contratação de profissionais. As empresas irão focar mais em ter as skills certas com velocidade, do que em criar uma grande força de trabalho full-time para mostrar crescimento de head count.

 

*João Paulo Araújo é CEO e cofundador da Growyx

 

 

Foto: Divulgação/Growyx