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08/10/2021 - 19h34

Equilíbrio, empatia e flexibilidade: como acompanhar os colaboradores no contexto atual

O bem-estar dos colaboradores na pandemia é tema do artigo de Christiane Berlinck, da IBM

 

 

Por Christiane Berlinck*

 

 

A chegada da pandemia colocou em foco a necessidade de priorizar o bem-estar físico e mental dos colaboradores, algo que algumas empresas já vinham fazendo, mas que em sua maioria não se executava como um plano rigoroso, com objetivos concretos e mensurações para encontrar oportunidades de melhoria. Seguir em frente depois do que a COVID trouxe é uma tarefa que requer trabalho em equipe e isso não é indiferente para os líderes corporativos.

 

Como Claude Guay, presidente da IBM Canadá, explica no artigo Apoiar o bem-estar integral dos funcionários inclui estimular o equilíbrio entre o trabalho e a vida, um lugar de trabalho híbrido, com colaboradores que trabalham tanto nos escritórios como em casa, é a principal visão do futuro. E isso significa mais do que habilitar os funcionários com a tecnologia adequada que precisam para realizar suas funções de casa. O texto menciona ao menos três aspectos fundamentais a se levar em conta para trabalhar a saúde mental nas empresas: resiliência, medo e auto cuidado. Essas três questões refletem o quão importante é escutar e respeitar as pessoas, nos colocar em seu lugar para saber o que podemos oferecer de melhor para um ótimo desempenho social e profissional.

 

Estas são algumas das iniciativas que implementamos na IBM, colocando uma atenção especial na saúde mental, musculoesquelética e cardiovascular, e que podem ajudar outras empresas a abordar esses desafios.

 

1. Criar canais e fontes de informações únicas, claras, concisas e de fácil acesso

Este ano, implementamos o programa regional Wellbe na América Latina a fim de proporcionar aos funcionários uma fonte de informação sólida sobre as atividades disponíveis para eles; em relação aos  três pilares mencionados, em nossa região temos necessidades muito específicas relacionadas à saúde musculoesquelética.

 

2. Incentivar as “pausas” na jornada de trabalho

Os colaboradores passam muito tempo à frente de suas telas, por isso trabalhamos em conjunto com diferentes entidades e com a equipe médica da IBM para proporcionar sessões de pausas ativas com uma regularidade mínima de uma sessão por semana, que são gravadas ao vivo e posteriormente disponibilizadas através da página do programa Wellbe. Desta forma, buscamos prevenir o prejuízo à saúde por essa causa; neste mesmo sentido, nossa região apresenta um desafio de saúde pública enquanto as doenças cardiovasculares como infarto, acidente vascular cerebral e hipertensão, o sedentarismo e o fácil acesso a alimentos de baixo valor nutricional, mas com alto índice glicólico,  também desencadearam o risco de sofrer algum desses diagnósticos.

 

3. Incorporar dentro da organização profissionais com experiência em saúde mental

Saúde mental é uma área onde colocamos um foco especial para acompanhar e estar próximo de nossa população. A organização conta com uma equipe global de psicólogos organizacionais e um sistema de gerenciamento com grupos de especialistas em riscos específicos, como os psicossociais, e por meio desses grupos estabelecemos uma estratégia global a qual nós aderimos. Essa estratégia inclui, por exemplo, certificações internas como o "Mental Health Ally Badge" que busca incrementar o conhecimento sobre saúde mental, diminuir o estigma na nossa população falando a respeito e permitindo um envolvimento dos colaboradores para ajudarem uns aos outros, conhecendo as ferramentas a que têm acesso e os dados nos quais devem colocar atenção no dia a dia para eles mesmos e seu ambiente. Sobre esse mesmo tema, proporcionamos webinars focados em assuntos específicos de saúde mental, como ansiedade, estresse, Burnout, prevenção ao suicídio, primeiros auxílios psicológicos, resiliência, entre outros.

 

A situação dinâmica nas condições e necessidades ao longo de toda a região tem demandado uma flexibilidade e adaptação de nossa estratégia em função das mudanças nos contextos e as realidades de cada país. Então, o que podemos fazer para lidar com esses desafios? Desenvolver abordagens inovadoras e colaborativas será a principal demanda. A flexibilidade é um requisito muito presente entre as novas condições dos trabalhadores e nós, como líderes, devemos escutá-los e proporcionar as ferramentas que podem ajudar os colaboradores a lidar com esses desafios e convertê-los em oportunidades de crescimento.

 

*Christiane Berlinck é vice-presidente de RH da IBM América Latina & Brasil

 

Foto de abertura: Divulgação/IBM