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04/08/2021 - 12h00

Por que falar de liderança humanizada?

Precisamos incluir a palavra amor no mundo corporativo, diz Eduardo Guiraud, da Phillip Morris

 

 

 

Por Eduardo Guiraud*

 

 

Não somos líderes, nos tornamos líderes. Isso depende da conjuntura, da situação, mas principalmente de cada um de nós. Já ouvimos muito falar sobre a diferença entre líder e chefe, da migração da liderança autocrática para uma liderança servidora, da importância da liderança situacional, do carisma, mais recentemente do líder coach. Quando o tema é liderança, fala-se sob as mais diversas perspectivas. No entanto, ainda falamos muito pouco sobre o amor no mundo corporativo e da importância da liderança humanizada para o futuro do trabalho.

 

Parece que falar de amor nas organizações remete à nossa infância ou adolescência, aquele amor romântico, idealizado, aos momentos de nossas vidas que são incompatíveis com o mundo corporativo. Grande equívoco! Cada vez mais o mundo e as organizações precisam de líderes capazes de reconhecer sua humanidade e a dos outros. Por mais que sejamos todos seres humanos, ainda temos uma jornada a percorrer para nos tornarmos líderes verdadeiramente humanizados.

 

Mas, afinal, o que é um líder humanizado? Tentarei resumir um pouquinho do que para mim significa ser um líder humanizado. Uso a palavra significa, pois, sim, tem que fazer sentido para nós, líderes, mas fundamentalmente tem que trazer significado para os outros.

 

Um líder humanizado é aquele que primeiramente preocupa-se com a arte de liderar:

 

•        Aprende. Aprende consigo, procurando compreender a si mesmo, para desenvolver uma autoconsciência elevada. Aprende com seus times, com seus colegas, com seus pares e com seus superiores, aprende com seus erros e com os erros dos outros. Aprende, sempre procurando aprimorar e acertar.

 

•        Respeita. Respeita o ponto de vista dos outros, respeita a diversidade, respeita o momento e consegue dar voz e espaço aos outros, muito mais do que ouvir a sua própria voz. É honesto e transparente com seu time, com as pessoas e com suas convicções.

 

•        Troca. Troca ideias, troca diálogos, cede, troca conhecimentos, compartilha, troca confiança, troca com todos os níveis e com todas as pessoas e, inclusive quando necessário, troca alguma peça de seu time.

 

•        Engaja. Engaja as pessoas nos objetivos a serem alcançados. Engaja na busca de seus propósitos. Estimula as pessoas a irem além, a darem seu algo a mais, trazendo sentido ao que realizam. E faz tudo isso com muita empatia e cuidado com o outro.

 

Agora que compreendemos um pouco mais a arte de liderar, devemos lembrar que para ser um líder humanizado é necessário muito mais, é preciso liderar com amor:

 

•        Abre. O líder humanizado abre portas, dá autonomia, mostra sua vulnerabilidade, constrói ambientes psicologicamente seguros para que as pessoas falem de seus erros ou de seus acertos, falem de si, de seus pontos fortes e de suas oportunidades de desenvolvimento, assim como questionem, seja um processo, seja uma atitude, ou mesmo o próprio status quo.

 

•        Melhora. Melhora processos, melhora o desempenho, melhora o clima da organização, transformando a empresa em um ambiente agradável, onde a qualidade do trabalho em equipe é percebida por todos. Em momentos de crise, instiga os colaboradores em busca de soluções e iniciativas rápidas. E, por fim, incansavelmente, o líder humanizado busca melhorar a si mesmo, pois é assim que consegue melhorar o mundo.

 

•        Ouve. Ouve não somente por meio de uma escuta ativa e atenta. Mas ouve com integralidade, ouve colocando-se no lugar do outro e procurando compreender as entrelinhas, e, por que não, além de ouvir com a mente, procura também ouvir com o coração.

 

•        Reconhece. Reconhece das formas mais singelas, seja com um simples elogio, seja enaltecendo comportamentos esperados. Reconhece da maneira certa e no momento certo, usando as ferramentas certas, seja numa reunião de equipe, seja num simples recado, ou usando as redes sociais corporativas. Principalmente, o líder humanizado reconhece que sem seu time, sem as pessoas ao seu redor, jamais chegaria ou estaria onde está hoje.

 

Em resumo, se liderar é uma arte, precisaremos continuar sendo artistas para liderar nesse mundo em intensa e rápida transformação. Acima de tudo, se queremos ser os líderes do futuro, líderes verdadeiramente humanizados, precisamos ser capazes de liderar pela arte do amor!

 

*Eduardo Guiraud é gerente de Pessoas e Cultura da Philip Morris Brasil

 

 

Foto de abertura: Divulgação/Philip Morris