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Employer Branding

17/02/2021 - 12h03

Marca é o que marca

A marca empregadora e a marca corporativa se misturam cada vez mais, afirma Caio Infante neste artigo

 

 

Por Caio Infante*

 

Quando você compra um produto ou serviço, o que leva em consideração para a sua escolha? Preço, atendimento, qualidade, status (marca) e opinião de amigos e familiares, entre outros pontos pesam na sua decisão. E, para escolher uma empresa para trabalhar, quais pontos afetam sua tomada de decisão? Preço (salário), atendimento (processo seletivo), opinião de amigos (colaboradores e ex-funcionários) e muito mais.

 

Cada colaborador da sua empresa é um representante da sua marca. Um vendedor na loja física, uma pessoa no atendimento ao cliente, uma recrutadora em um processo seletivo ou um comprador negociando com um fornecedor, todos têm impacto na marca. Ou melhor, nas marcas.

 

Sim, a marca empregadora e a corporativa se misturam cada vez mais. Se a sua empresa ainda não entendeu isso, está perdendo negócios/clientes e talentos sem se dar conta.

 

Vamos aos exemplos? Qualquer coincidência com a realidade é mera coincidência.

 

Você vai a um restaurante, o prato vem errado. O garçom se desculpa, traz o correto e, depois, oferece uma sobremesa como cortesia. Qual é a chance de você voltar ao local e recomendar para seus amigos?

 

Você agora está em um processo seletivo e a pessoa que faria a entrevista atrasa 40 minutos, diz que só tem 20 minutos por causa do próprio atraso, faz três ou quatro perguntas e encerra a entrevista sem explicar os próximos passos. Qual é a sua motivação para aceitar uma eventual proposta de trabalho para trabalhar justamente com aquele “líder”?

 

Você está negociando com um prospect e só ele quer levar vantagem. Ou, ainda pior, pede uma proposta, copia parte dela e nunca mais te responde. O que você pensa da empresa?

 

Não faltam exemplos, e quem nunca passou por algumas dessas situações?

 

O que posso afirmar é que em todas elas a marca foi afetada. Ou melhor, marcas no plural. Sua marca de consumo e sua marca empregadora estão intimamente ligadas.

 

O restaurante pode ser uma grande rede em busca de um CFO (eu não falei qual era o restaurante) e, quem sabe, você tem esse perfil.? E o simples cuidado com o cliente fez você procurar mais informações da empresa e, por acaso, descobrir uma vaga que é sua cara.

 

A empresa, cujo gestor ignorou você era uma de suas marcas de cerveja preferida. Você pensa, lembra que têm tantas outras marcas por aí e resolve dar uma chance para a concorrência – para sempre. Porque aquela não lhe traz boas memórias.

 

Aquela organização que usou o seu material para fazer um trabalho interno era uma grande operadora de telefonia. Justamente com você, que se tornou responsável pela tomada de decisão da compra de planos e aparelhos de uma empresa com 10.000 funcionários. A concorrente é até um pouco mais cara, mas a outra, nem de graça.

 

Não importa quem é você e qual é a sua função na sua empresa, você carrega um sobrenome corporativo. Aquele mesmo que você apresenta em reuniões, entrevistas, nas redes sociais, etc.: o Charles da XPTO.

 

E saber cuidar bem de cada stakeholder é fundamental para o sucesso do negócio. Saber cuidar das pessoas dentro de casa, encantá-las para que reflitam seus valores reais é fundamental para quem quer criar relações com o mercado de longo prazo. Quando falo de mercado, nesse caso, me refiro a candidatos, fornecedores, parceiros, investidores e todos que um dia podem ter contato com a sua marca.

 

 *Caio Infante é vice-presidente regional da Radancy e cofundador da plataforma Employer Branding Brasil

 

 

Foto de abertura: Divulgação