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12/01/2021 - 11h59

Começar de novo e contar comigo, vai valer a pena ter amanhecido

Primeiro artigo de 2021 de Marcelo Madarász aborda os aprendizados trazidos pelo ano que se foi

 

 

Por Marcelo Madarász*

 

Acabamos de nos despedir de um ano que certamente ficará marcado na história e em nossas vidas. Vivemos o ritual da renovação da melhor forma que cada um pôde vivê-lo e estamos num momento bastante propício para permitirmos que algumas reflexões nos visitem, desde que seja para fazermos bom uso dessa visita e desde que elas tragam algum tipo de leveza, de graça, de positividade, de fé, de força. Ainda com os ensinamentos possíveis desse ano mestre, ano professor, ano desafio de 2020, é chegada a hora de decidirmos o que fazer com tudo que tivemos que viver ao longo dos últimos 12 meses.

 

Muitas pessoas repetiram que foi um ano para ser esquecido, um ano para não ser considerado, um ano perdido. Sem nenhum julgamento de valor, proponho um convite a tratar o ano passado como um mestre querido, a quem devemos honrar, agradecer e reverenciar com respeito e até alguma cerimônia. Sem trazermos pesos, mergulhar na reflexão: o que 2020 e tudo que eu vivi querem que eu aprenda? O que preciso compreender por meio desse conjunto de experiências que podem ter sido inclusive muito tristes, intensas, sofridas?

 

Muitas pessoas tiveram que se lembrar da nossa mais importante, óbvia e certa dimensão humana: a finitude. Muitas pessoas perderam pessoas amadas e a travessia dessa dor, a elaboração desse luto – que é importante, necessário e fundamental para os próximos passos – é o que vai fazer toda a diferença na continuidade da jornada.

 

Desde nossos ancestrais, nossos familiares, até nossos mestres, amores, companheiros e pessoas que nem conhecíamos, mas que faziam parte do nosso mundo, continuam fazendo parte, de outra maneira. Não estão mais fisicamente entre nós, mas, sem entrarmos nos aspectos religiosos ou espirituais, que pensemos nessas pessoas com a gratidão e o amor que merecem. Isso nos fará honrar a existência delas e principalmente o que representam para nós.

 

Saudade é a luz que fica da pessoa e agora está no nosso campo de escolhas alimentar essa luz e dignificar o período que pudemos vivenciar ao lado deles. A beleza desse ato, aliado à força do propósito de vida, nos farão ter um sentimento de que o show deve continuar e valerá a pena contar não apenas com a nossa força individual, mas com a força de todos que contribuíram para que chegássemos onde estamos. Fica a beleza do compromisso de viver, e viver da melhor forma possível, justamente porque é o que essas pessoas também gostariam e merecem que façamos por elas.

 

Honrar essa história sem negar as dores envolvidas na dimensão humana é o que nos fará valorizar o tempo que nos cabe e as decisões e escolhas que precisamos fazer todos os dias. Valorizar esse tesouro que é nossa vida e o tempo finito com o qual somos presenteados. Como retribuir esse presente que é nossa vida e, por meio dessa escolha, escrever uma história que, mais do que dar sentido a tudo que vivemos, faz também com que a corrente de pessoas que existe em nossa vida seja honrada? Que pensemos em nossa existência como um lindo colar de pontos de luz e que tenhamos a sabedoria de perceber que, todos os pontos contam e está em nossas mãos ter a graça de um colar completo.

 

Que 2021 continue nos trazendo todos os dias a chave para nossa evolução! Com muito amor, feliz ano novo!

 

*Marcelo Madarasz é diretor de RH para a América Latina da Parker Hannifin

 

Foto de abertura: Marcos Suguio