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22/08/2019 - 14h03

É possível implementar a metodologia ágil no recrutamento e seleção das empresas?

Confira o artigo da consultora organizacional Maria Augusta Orofino

Por Maria Augusta Orofino*

 

A metodologia ágil tem sido aplicada no RH de uma forma diferenciada, pois se mantém o conceito, mas nem todas as ferramentas e protocolos da área de tecnologia são replicados. O que importa é guiar-se pelos princípios gerais e seguir o ritmo da inovação estratégica, fazendo uso não somente dos softwares, mas da cultura que alicerça o agile. Lembrando que os métodos ágeis estão baseados em alta performance, incentivam o trabalho em equipe, aceleram entregas e promovem a auto-organização. As equipes são multidisciplinares e estão focadas em uma meta. Com isso em mente, vamos entender como funciona a metodologia ágil dentro do recrutamento e seleção.

 

Se, por um lado, a metodologia ágil atende às demandas complexas relacionadas ao desenvolvimento de um software, o RH utiliza as mesmas bases para responder às necessidades que estão surgindo com a mudança do mercado de trabalho. Um passo atrás do recrutamento, o incentivo e análise de feedbacks dos colaboradores permitem que o RH consiga melhorar o processo de integração dos novos contratados.

 

Ouvir opiniões, por exemplo, é importante para aprender sobre como o processo de contratação se deu para eles e como é possível agir diferente. Outro ponto é entender quando um novo colaborador sai da empresa após um período curto. Para isso, reunir-se com a equipe e ouvir as opiniões sobre os motivos é mais uma maneira de avançar nos processos de recrutamento e contratação.

 

Se forem analisados os métodos de recrutamento tradicionais, há uma disparidade entre o que é preciso e o que se obtém de resultado. Os feedbacks, por exemplo, vão por um outro caminho. As reuniões de equipe também não são tão abertas a discussões que vão além da alçada de suas áreas. Duas características que inviabilizaram o aperfeiçoamento do processo de integração de novos funcionários e o próprio recrutamento. Isso acontece porque diferente da metodologia ágil, as práticas tradicionais foram criadas para um cenário que não condiz com o que temos hoje, são ambientes previsíveis e formatos tradicionais de trabalho.

 

Os princípios da metodologia ágil para o recrutamento
Como na aplicação da metodologia ágil em outras áreas e para demais tarefas, é imprescindível que todos estejam na mesma página. A meta deve ser clara, as ações também. Todos precisam entender e ver o que está acontecendo, como o processo de recrutamento e seleção está se desenvolvendo. Para isso, é preciso que exista um espaço de interação que possibilite analisar as particularidades dos candidatos e entender individualmente como cada um se encaixa na proposta do cargo. Aqui, não é quantidade, mas um número razoável que possa ser mensurado e, no final, validado.

 

Quando a metodologia ágil é adotada, se estabelece uma ordem de ações para que exista, de fato, agilidade. Então, validar hipóteses, experimentar e mensurar, mesmo quando se está falando em recrutamento e seleção, precisam estar dentro de uma previsão. Por isso, o processo seletivo tem um tempo determinado para acontecer, garantindo que ao final todas as etapas aconteçam e ocorra uma entrega de qualidade. Com o aumento do entendimento sobre o processo seletivo, é possível fazer previsões de contratempos e adaptações. Mas, novamente, é fundamental manter a cadência.

 

Por fim, um ponto importante da metodologia ágil e sua utilização no processo de recrutamento é que, ao mesmo tempo que se tem um fluxo de trabalho, há uma flexibilidade para analisar o que está acontecendo e mudar. Não há nada engessado como em uma metodologia tradicional. Pelo contrário, é esperado que ocorram novas hipóteses e que seja preciso colocar em experimentação. Mantenha-se alerta para oportunidades e não tenha medo de mudar durante o processo seletivo.

 

*Maria Augusta Orofino é consultora organizacional e facilitadora de workshops e treinamentos empresariais nas áreas de Inovação, Modelos de Negócios, Design Thinking, Transformações Digitais e Organizações Exponenciais

 


 

Foto: Divulgação