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23/11/2016 - 14h00

​Como as pesquisas ajudarão o ambiente de trabalho?

Por Jarbas Cruz*

 

Temos falado muito sobre as mudanças no setor de Recursos Humanos e em todo o mercado de trabalho. O quadro entre 10 e 15 anos será bem diferente ao que nos acostumamos até aqui. Mais dinâmicas e eficientes, as empresas estão começando a se preparar para o futuro e para a evolução do trabalho.

 

Na vanguarda deste pensamento, a ADP lançou este ano um detalhado estudo sobre o ambiente de trabalho no mundo todo. A pesquisa “The Future of Work” conseguiu distinguir, examinando 19 tendências, que, daqui a alguns anos os funcionários poderão trabalhar remotamente em qualquer lugar do mundo, as empresas procurarão os melhores talentos globalmente, uma idade de aposentadoria padrão deixará de existir, e a escolha da aposentadoria será da própria pessoa, entre outras informações. E tudo foi possível a partir de uma investigação apurada olhando para as pessoas. Foram mais de 2.400 entrevistas e muitas horas de análises.

 

Saber o que pensa, o que deseja e os planos de cada funcionário é importante para qualquer gestor. E uma das tendências para o futuro serão as ferramentas de People Analytics, uma abordagem baseada em dados para a gestão das pessoas nas empresas. Já é possível que o gestor consiga tomar decisões com base em uma análise profunda de seus colaboradores, e que ele faça uma reunião e saiba perfeitamente quais são os anseios, trunfos e falhas. Além disso, gráficos de desempenho, vendas, produções, salários, rendimentos, estarão disponíveis e às claras. Esse conjunto de informações vai permitir que se tenha conhecimento da equipe e isso ajudará imensamente na hora de tomar decisões.

 

Essa base de dados pode ser essencial, inclusive, para insights, saídas e melhorias nas empresas. Com essas informações é possível ser mais assertivo e estratégico. Uma promoção, um aumento de salário, uma mudança de função, necessidade de mais trabalhadores para determinada função, até as demissões serão embasadas em números e nos rendimentos pessoais. É um avanço e possivelmente uma mudança nas relações entre empregadores e funcionários. Isso quebra um paradigma. Hoje, em muitos casos, ainda temos uma relação pouco empreendedora no mercado de trabalho. O empregado não vê o empregador como cliente e sim como alguém que simplesmente paga o salário em troca de um trabalho.

 

Essa análise nos leva a falar, inevitavelmente, da geração Millennial. Seus membros - em grande número - já incorporaram, no lugar de uma relação funcionário-empresa, o relacionamento cliente-fornecedor. Quando o gestor começa a ver seus funcionários como fornecedores, o funcionário começa a se ver como um fornecedor e a ver a empresa como um cliente. O resultado dessa mudança é o melhor possível, pois, a partir do momento em que a empresa é cliente do funcionário, ele vai se preocupar mais com a qualidade do seu trabalho, vai querer entregar soluções cada vez melhores e de maneira mais eficiente.

 

*Jarbas Cruz é diretor de TI da ADP na América Latina