Jovens Profissionais

16/10/2020 - 11h44

Mais de 70% dos jovens dizem que a universidade não é suficiente para prepará-los

Mais de 70% dos jovens dizem que a universidade não é suficiente para prepará-los

 

 

 

A Eureca, consultoria que conecta e desenvolve jovens para o mercado de trabalho, realizou a sétima edição da pesquisa The Truth. Dessa vez, o objetivo foi investigar como os jovens se sentem a respeito do desenvolvimento profissional e como as empresas e instituições de ensino colaboram para esse crescimento, além do modelo em que isso seria melhor: online, presencial ou misto.

 

O levantamento analisou mais de 1,1 mil reflexões enviadas por jovens com média de idade de 24 anos e de todas as regiões do Brasil. Dos pesquisados, 600 estão em busca de oportunidade no mercado de trabalho.

 

Dos jovens participantes, 83,79% manifestaram preferir ações de desenvolvimento mistas, combinando online e presencial, e, destes, 50% preferem que as atividades sejam predominantemente presenciais; 19,4% optaram por ações online e presenciais em igual medida e 13,96%, por mais ações online; 14% preferem apenas ações presenciais e 2% apenas ações online.

 

Entre os principais pontos identificados pela pesquisa, 70,2% acreditam que a universidade não é suficiente para que se prepararem para o mercado. Segundo os respondentes, o verdadeiro desenvolvimento profissional acontece dentro do mercado, com experiências reais.

 

Porém, em um cenário totalmente atípico por conta da pandemia, são necessários ajustes nas oportunidades de desenvolvimento oferecidas pelas empresas. De acordo com os jovens, por conta da pandemia e do atual cenário de home office, 1/3 das empresas precisam atualizar seus programas de desenvolvimento ou os canais e ferramentas escolhidos para entregar esse tipo de conteúdo.

 

Segundo Gabriel Viscondi, Chief Growth Officer da Eureca, a maior lacuna de desenvolvimento, na visão dos jovens, está na formação do pensamento crítico, tomada de decisão nas empresas e criatividade: 60% dos participantes do levantamento veem essas habilidades como necessárias, mas apenas 40% acreditam que já as desenvolveram o mínimo suficiente para atuar no mercado. “É preciso que as empresas tenham um olhar mais orientado a dados em programas de desenvolvimento, cruzando o atual momento de mundo, as necessidades do negócio e as necessidades dos jovens talentos”, completa Viscondi.

 

Ainda, 82,3% dos respondentes acreditam que ter acesso a vídeos e textos curtos relacionados a conteúdos de treinamentos formais ajudaria a aumentar o aprendizado do programa. Programas baseados em microlearnings surgem como uma sugestão, em especial devido ao contexto de distanciamento social.

 

De acordo com Augusto Nogueira e Guilherme Ceballos, responsáveis pela realização da pesquisa, as principais sugestões para os RHs com base na pesquisa são:

 

Ganhe escala e reduza custos: com a maior abertura para canais digitais de aprendizagem e hábitos de estudo frequente, os RHs podem introduzir processos de aprendizado mais digitais, tais como microlearnings, em seus programas de desenvolvimento.

 

Primeiro dê acessibilidade, depois cobre: apenas cobrar aprendizado dos jovens neste momento não será efetivo. Dar o suporte, seja através de comunidades práticas e grupos de estudo, facilitando o acesso à internet ou dando uma rede de suporte emocional para os jovens, é o primeiro passo.

 

Converse com seus jovens talentos: quais são as habilidades abordadas em seus programas de desenvolvimento? A forma de trazer essas habilidades “conversa” com o seu público? É necessário ter programas de desenvolvimento atualizados em conteúdo e canal. Você pode começar perguntando para seus jovens talentos o que eles preferem e quais melhorias enxergam.

 

Revisite as etapas do seu processo seletivo: em termos de habilidades avaliadas, existe um distanciamento entre exigências e necessidades na visão dos jovens. Você pode revisitar quais são as habilidades realmente necessárias para ocupar cada posição e o que é apenas status quo na seleção.

 

Assuma responsabilidade social: grande parte dos jovens acredita que o ensino superior não os prepara para o mercado. Isso é prejudicial para eles e para o país, que já acumula, de acordo com o IBGE, 10,9 milhões de jovens que não trabalham e não estudam. Você pode, de alguma forma, ajudar esses jovens a se capacitarem para o mercado em geral ou especificamente.

 

 

Foto de abertura: Pixabay

 

 

 

 

Deixe seu comentário: