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21/04/2017 - 10h00

M&A: quando vender a sua empresa

Por Ricardo Guntovitch*

 

Definir a hora certa para vender sua empresa é fundamental para obter o melhor resultado financeiro e, obviamente, não gerar decepções. Com isso, a RG5, consultoria especializada na reestruturação e potencialização de PMEs, monitora e propicia o momento exato para realizar essa transação, já que o processo de M&A (em português fusões e aquisições), frequentemente, é cansativo e lento, e deve ser feito por diretrizes corretas.

 

Segundo pesquisa realizada pela consultoria PwC, desde 2008, uma média de 800 transações foram feitas por ano no mercado brasileiro. Já o ano de 2017 iniciou com 54 transações anunciadas e um crescimento de 6% em relação ao mesmo período de 2016 (51 transações). Mas para não haver frustrações durante uma negociação de venda por conta de erros simples, a RG5 traz dicas para saber a ocasião certa de ofertar a sua companhia.

 

Variáveis específicas da empresa: levar em conta os fatores inerentes de uma companhia e achar o momento “perfeito” para buscar uma transação é essencial para tentar fechar bom negócio. Podemos pensar em três motivos:

 

• Quando percebe que o fundador não é um bom gestor e sente a carência de um sócio estratégico para fechar novos acordos ou que eventualmente lidere a parte administrativa.

 

• Outra causa é a necessidade de capital para crescer ou competir pelo mercado.

 

• No momento que os sócios já não têm o mesmo “gás” para lidar com os problemas do dia a dia e não possuem sucessão. Ao se deparar com essas condições dentro de uma empresa, o tempo é inimigo, já que suas vantagens em uma negociação serão decrescentes a partir de então.

 

Condições de mercado: em relação ao ambiente externo, há três fatores que devem ser analisados:

 

• O ambiente econômico e politico geram estabilidade e confiança a ponto de favorecer transações e bons preços? A probabilidade de um presidente cair gera espera e falta de liquidez no mercado, por exemplo.

 

• Quando for mostrar os recentes números da empresa, é possível exibir o crescimento e robustez dos últimos anos? Para uma boa transação é preciso que o comprador imagine desenvolvimento e mais lucro e para isso é preciso ver um bom desempenho recente. Se o comprador tiver o trabalho de reestruturar a empresa comprada para torna-la lucrativa, não tenha dúvida, isto será descontado do preço.

 

• É preciso estar preparado financeiramente e emocionalmente para deixar a empresa? Se não houver convicção de que há intenção de vender e que existem condições financeiras de se manter, isso pode demonstrar que não é o momento exato para o M&A.

 

Oportunidades de sinergia com partes potencialmente interessadas: há duas frequentes ocasiões para fechar negócio:

 

• Aniquilar uma ameaça – quando a empresa é mais valiosa do que realmente parece, de fora você não se vê, mas quem está motivado a adquirir, enxerga um ganho maior no futuro, como exemplo a compra do Instagram pelo Facebook por US$ 1 bilhão, considerando que a companhia adquirida não possuía receita.

 

• Sinergia entre ambas as partes – é a habilidade de rateio de despesas que a empresa investidora terá quando se incorpora outra operação, por exemplo, o mesmo negócio não precisa de dois setores de RH, duas diretorias, e consequentemente dois lugares físicos. Quanto maior a sinergia, mais alto será o valor que o comprador estará disposto a pagar. E há também sinergias que não são evidentes e que requerem estudo e atenção do assessor financeiro para que essas sejam criadas, apresentadas ao potencial comprador e monetizadas em uma transação.

 

*Ricardo Guntovitch é sócio fundador da RG5, consultoria especializada na reestruturação e potencialização de PMEs